No que se diz respeito a internet, muito se espera ainda da rede de computadores que vem unindo continentes através da troca de dados. Em seu texto, “Teoria do rádio” o ensaísta alemão Bertold Brecht faz um relato da sua preocupação com os caminhos tomados pelo novo meio de comunicação que surgia: o rádio.
         O texto foi escrito em 1932,  e o deslumbramento causado pela caixa falante naquela época só não foi maior do que a nossa perplexidade quando vimos surgir a internet. De lá pra cá evoluímos muito no quesito comunicação, porém certas falhas apontadas por Brecht no conteúdo ministrado no rádio ainda sobrevivem na internet.
         Segundo o autor, o rádio abriu uma nova gama de possibilidades no processo comunicacional, e o maior problema segundo ele é que emperrados em pensar nas possibilidades deixamos de pensar no conteúdo que seria de pertinência. Nas palavras do próprio Brecht: 



         Gerações posteriores teriam, então, a oportunidade de ver assombradas como uma casta, ao mesmo tempo tornando possível dizer a todo o globo terrestre o que tinha que dizer e fazendo possível, também, que o globo terrestre visse que nada tinha para dizer.”

         De acordo com o autor, presos nas possibilidades esquecemos de avaliar os resultados e assim continuamos a produzir incessantemente. Na internet, com o surgimento interrupto de novos blogs ou perfis em redes sociais construímos um mosaico de possibilidades que se esgotam no momento da criação. O que expomos para os outros membros da rede são mesmices repetidas a esmo e como afirma Brecht:



         “Um homem que tem algo para dizer e não encontra ouvintes está em má situação. Mas estão em pior situação ainda os ouvintes que não encontram quem tenha algo para lhes dizer.”


         Para ele, o papel de comunicar ocorre realmente quando o rádio (internet) atua a favor da população, e para que isso aconteça é necessário que se aproxime assuntos de interesse do povo do conteúdo produzido pelos meios de comunicação. Como realizar  esse casamento entre informação útil e internet, sem que o conteúdo produzido seja “chato”? Cabe a nós, comunicadores responder essa questão.


Por Kalebe Alves, 
6º Período de Comunicação Social